Telescópio
O telescópio óptico é um instrumento que permite estender a capacidade dos olhos humanos de observar e mensurar objetos longínquos. Pois, permite ampliar a capacidade de enxergar longe, como seu nome indica [Do Grego "Tele" = Longe + Scopio = Observar], através da coleta da luz dos objetos distantes (Celestes ou não), da focalização dos raios de luz coletados em uma imagem óptica real e sua ampliação geométrica.
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Além dos telescópios ópticos, que são constituídos basicamente por uma objetiva e uma ocular, existe uma gama de aparelhos que coletam a radiação eletromagnética fora da faixa do visível, isto é, ao longo de diferentes regiões do espectro eletromagnético.
Telescópios para radiação infravermelha e raios-X tornaram-se comuns ao final do século XX com o desenvolvimento de sensores digitais que pudessem ser resfriados a temperaturas muito baixas. Para a captação astronômica de microondas e radiofreqüência, existem equipamentos chamados radiotelescópios.
Os Telescópios contemporâneos podem operar isoladamente, ou em conjunto para compor ou combinar suas imagens aumentando assim o poder de resolução.
Nos instrumentos ópticos profissionais, além da ampliação da imagem, é possível captar as radiações eletromagnéticas e separá-las em diferentes comprimentos de onda, processo chamado de Espectrografia, ou espectroscopia. Isso permite entender a composição e história dos astros em estudo.
As técnicas atuais de construção de telescópios utilizam materiais mais leves e resistentes, aumentando assim sua qualidade, resolução e confiabilidade. Exemplo claro são as observações e coleta de imagens produzidas como o Telescópio Espacial Hubble que nos mostram um Universo de muito além e mais belo do que o esperado.
A óptica geométrica dos instrumentos permite coletar (e focalizar) a radiação electromagnética aumentando o tamanho angular aparente dos objectos, assim como o seu brilho aparente.
Os telescópios usados fora do contexto da Astronomia são referidos como teodólitos, monóculos, binóculos, ou objectivas.
A palavra "telescópio" refere-se geralmente aos ópticos, embora existam instrumentos para a quase totalidade do espectro electromagnético da [radiação electromagnética].
Radiotelescopia
Os radiotelescópios são sistemas de recepção onde existe um receptor de ondas eletromagnéticas do espectro de radiofreqüência, ou radioreceptor, uma linha de transmissão que pode ser uma guia de onda dependendo da freqüência observada, antenas de rádio dirigidas ou direcionais.
As antenas podem ser com refletores parabólicos ou planos de grandes dimensões, em caracol, em sistema Yagi-uda ou suas variantes, Também são muito utilizados sistemas de recepção helicoidais, entre outros tipos.
As montagens das antenas de radiotelescópios podem ser simples no caso de uma antena ou em baterias, quando se usam muitas antenas com a finalidade de aumentar o ganho, a área de observação ou para executar a triangulação dos sinais recebidos para determinar a distância do objeto estelar observado.
No caso de antena parabólica, esta é por vezes construída como uma estrutura de fio condutor cujos intervalos são menores que um comprimento de onda daquele irradiado pelo objeto pesquisado.
Os radiotelescópios são por vezes operados aos pares, ou em grandes grupos, para sintetizar uma cobertura "virtual", idêntica em tamanho à distância entre telescópios (ver síntese de cobertura), além do uso em triangulação para determinar distância do objeto observado. O recorde actual encontra-se próximo à largura da Terra. Actualmente também se aplica esta técnica aos instrumentos ópticos.
Os telescópios de raios-x e raio gama têm um problema, já que estes raios atravessam metal e vidro. Superfícies coletoras feitas de metal pesado e em forma de anéis concêntricos são utilizadas para focalizar a radiação proveniente do espaço profundo. As superfícies desses espelhos apresentam a forma de hiperbolóides de revolução.
História
Costuma-se dizer que Hans Lippershey, um fabricante de lentes neerlandês,construiu em 1608 o primeiro instrumento para a observação de objetos à distância: o telescópio. O conceito que desenvolveu era a utilização desse tubo com lentes para fins bélicos e não para observações do céu.
A notícia da construção do tubo com lentes por Lippershey espalhou-se rapidamente e chegou até o astrónomo italiano Galileu Galilei, que, em 1609, apresentou várias versões do aparelho feitas por ele mesmo a partir de experimentações e polimento de vidro. Galileu logo apontou o telescópio para o céu noturno, sendo considerado o primeiro homem a usar o telescópio para investigações astronómicas. O telescópio de Galileu também é conhecido por luneta.
Galileu, utilizando seu instrumento óptico, descobriu diversos fenômenos celestes, entre os quais as manchas solares, as crateras e o relevo lunar, as fases de Vênus, os principais satélites de Júpiter, e a natureza da Via Láctea como a concentração de incontáveis estrelas, iniciando assim uma nova fase da observação astronômica na qual o telescópio passou a ser o principal instrumento, relegando ao esquecimento os melhores instrumentos astronômicos da antiguidade (astrolábios, quadrantes, sextantes, esferas armilares, etc.). As descobertas de Galileu forneceram evidências muito fortes aos defensores do sistema heliocêntrico de Copérnico.
Pouco tempo depois de Galileu, Johannes Kepler descrevia a óptica das lentes (ver "Astronomiae Pars Optica" e "Dioptrice"), incluindo um novo tipo de telescópio astronómico com duas lentes convexas (um princípio muitas vezes referido como telescópio de Kepler).
Tipos de telescópio
Há vários tipos de telescópios: azimutais, ópticos, raio-x, raios-y e de radiação infravermelha. Um tipo simples de telescópio é o de montagem altazimute chamada também de montagem azimutal. É idêntico aos usados na supervisão de trânsito. Uma forquilha opera no plano horizontal (azimute, e marcas na forquilha permitem ao telescópio variar em altitude (plano vertical).
O maior problema de um telescópio de altazimute na astronomia é que ambos os eixos têm que ser continuamente ajustados para compensar a rotação da Terra. Ainda que este processo seja controlado por computador, a imagem roda a uma velocidade variável, dependendo do ângulo da estrela desde o pólo celestial. Este último efeito torna um telescópio de altazimute pouco prático para fotografia de longa exposição com telescópios pequenos, pois causa algumas aberrações na imagem fotografada.
A solução preferencial para telescópios astronómicos é adaptar este tipo de montagem (altazimute) de maneira que o eixo de azimute fique paralelo com o eixo de rotação da Terra; isto é designado como montagem equatorial.
Os grandes telescópios recentemente construídos usam uma montagem em altazimute controlada por computador, e, para exposições prolongadas, dispõem de primas de rotação de velocidade variável na objectiva.
Existem montagens ainda mais simples que a de altazimute, usadas geralmente em instrumentos especializados. Alguns são o trânsito meridiano (apenas altitude) e espelho de plano amovível de largura constante para observação solar.

